O intertidal refere-se à zona entre marés. Assim, este é o ambiente marinho que fica exposto aquando da baixa-mar e submerso durante a preia-mar. Devido aos períodos de exposição e submersão, os organismos que habitam este ambiente suportam condições extremas, como oscilações de temperatura e salinidade, acção mecânica das ondas, entre outros.
A distribuição dos organismos no intertidal é condicionada for factores abióticos (elementos físicos e químicos do ambiente) e bióticos (efeitos causados pelos organismos vivos num ecossistema). Assim sendo, as espécies separam-se em comunidades que ocupam níveis bem definidos.
Este fenómeno é denominado por zonação e, de uma forma geral, em costas rochosas compreende três zonas:
- Supralitoral – zona de líquenes e litorinas;
- Mediolitoral – zona de cracas, lapas e mexilhões;
- Infralitoral – zona ocupada por várias espécies de algas e invertebrados.
São vários os factores que permitem o estabelecimento das espécies ao longo da costa. De uma forma geral, as espécies encontradas no limite superior do intertidal estão mais aptas a tolerar as oscilações térmicas e dessecação do que as que se encontram no limite inferior. Por outro lado, as espécies que se estabelecem na parte inferior da costa são limitadas principalmente por factores bióticos como a predação e competição.
Nas praias de areia a zonação não é visível à superfície do sedimento. A distribuição das espécies neste caso ocorre na horizontal e na vertical dado a tridimensionalidade do ambiente.